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Um passeio pelos pensamentos de Mano Brown

Os integrantes do Racionais MC’s, Brown e KL Jay estão ao centro (Klaus Mitteldorf/Divulgação.)

No dia 10 de setembro de 2001, Kléber Simões, mais conhecido por KL Jay lança seu primeiro trabalho solo. O disco Na Batida — Vol. III conta com nomes de peso do rap nacional (Edi Rock, Xis, grupo RZO, Dina Di, Sabotage, DBS, Kamau, MV Bill, DJ Cia, entre outros) e Kléber chega afiado em seus beats. Esse trabalho ficou fora dos serviços de streaming por muito tempo, mas, finalmente, chegou para nós em comemoração aos 20 anos de seu lançamento.

Como mencionado, o disco conta com participações do grupo de KL Jay, Edi Rock está presente na faixa ‘Privilégio 1 — Sec 20–21’, que abre o disco. Porém, é da continuação da faixa e que fecha o álbum, ‘Privilégio 2 — o Tempo é Rei’ que falarei. Ela é apresentada por Mano Brown, um dos maiores artistas que temos nesse país, não só por sua importância para o rap, mas para a música como um todo.

Brown aqui não canta, mas escolhe falar por cima de um beat soturno e por 18 minutos e 27 segundos nos vemos diante de uma figura mais aberta aos seus sentimentos, quase entramos em suas intimidades, seus pensamentos mais profundos. No começo da track ele agradece por ser contemporâneo de seus parceiros e se coloca como outra pessoa dizendo: “Olha aqueles malucos, até que eles não eram tão ruins” fazendo alusão ao seu grupo Racionais MC’S.

Realmente, eles não são tão ruins, para muitos são até considerados o grupo de maior expressão do rap nacional. Ao passo que a track continua, Brown nos dá uma perspectiva de sua quebrada, lá encontramos uma galera apressada, sem destino, alguns nordestinos, como sua mãe, olhando para os prédios e estão maravilhados com a selva de concreto.

Paulo, o Mano, é observador, como já notamos em seus trabalhos com o Racionais. Ele diz que, naquela época (2001), o mundo tava em crise, ninguém tava feliz, seja pobre ou rico, até ele estava desorientado, apesar de dizer que sabia o que queria. Uma situação complicada e que não sabe dizer qual é pior é, assistir ao Jornal Nacional ou o frequentar o bar, mostrando que a situação tava realmente foda. Ele ainda diz a frase “Capão pra cá, mó diferença”, parecida com a icônica música “Da ponte pra cá”, que sairia no próximo clássico dos Racionais, Nada como um dia após o outro, de 2002.

O nosso narrador ainda nos dá uma crítica ao capitalismo e a globalização, dizendo que tudo tá tão próximo, mas ainda assim as coisas na favela continuam as mesmas, como se as tecnologias não tivessem transformado a quebrada como fez no mundo. Nem para o próprio pareceu mudar muito e o motivo talvez seja que ele goste das coisas antigas, nada muito tecnológico. Mas que vê o tempo como rei e que no futuro talvez precise da tecnologia e ainda faz uma autorreflexão de quem seria ele para brecar o avanço do mundo, ele seria apenas um homem, mais um nessa imensidão de gente.

Como observador, ele vê a galera sofrendo, diz que uma mãe prefere o filho preso a estar no crime, pois nessa vida, a qualquer momento o sujeito pode morrer. Isso nos dá uma perspectiva de como as coisas estão realmente ruins. De como naqueles tempos não havia uma expectativa de melhora, não tinha emprego e nem um exemplo vindo de cima.

Brown também reflete sobre seu amadurecimento, nos conta que quando criança gostava do Batman. Um herói, que pra ele, é um ganso, sujeito que cola com a polícia e é um informante dos porcos. Depois de adulto ele foi capaz de ver que bom mesmo era o Charada, o malandro que tomava dos bacanas e dava risada. Uma introdução para nos dizer que na periferia não existe super-herói, que para ser herói tem que andar de nave, com uma quadrada e pra ter personalidade tem que portar um fuzil.

Continua suas reflexões dizendo que não dá para viver em um mundo assim, onde de um lado tá os bacana pagano e do outro os irmão no crime. Só que ele mesmo não pode ir pro crime, ele tem seu filho, Kaire Jorge, que na época era criança, mas já mostrava postura, por ser uma criança consciente de sua realidade e por demonstrar uma paixão pelo Santos, time do coração de seu pai.

Sendo ainda mais íntimo, Brown nos conta que tudo que ele se envolve mostra fanatismo. Para ele é 8 ou 80, ou ama ou odeia. Conta que as vezes acha que tá com um problema, ou que ele é o problema, mas ao olhar pro lado percebe que tem gente pior. Alguns manos tão usando cocaína, alguns se perdem no álcool ou até recorrem a erva, porém todos estão na mesma, extremamente deprimidos. Mas que tudo isso ele resolve com música, que o rap o ajudou muito, que recorre ao seu ídolo Tupac para vencer as adversidades e até se enxerga um pouco nele, já que ambos cresceram sem pai.

O artista a frente dos Racionais termina dizendo que tudo aquilo são pensamentos em sua cabeça. Que reflete em mil coisas ao mesmo tempo, tem mil soluções, porém, para os seus próprios problemas ele não encontra uma.

Com isso terminamos nosso momento de reflexão com um dos maiores de todos os tempos. Brown nos dá muitas reflexões, sendo a mais importante de que “quando a caminhada fica dura, só os duros continuam caminhando”. E Mano Brown é um dos duros que seguiu caminhando, ele é mais um sobrevivente do inferno e ainda nos aconselha de que só “O tempo é rei, ele vai dizer quem tá certo”.

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